Nasce a Esquerda Democrática
O PSB nasceu de um grupo de líderes políticos que, em 1945, resolveu constituir um movimento chamado, inicialmente, de Esquerda Democrática.
A Esquerda Democrática defendia a bandeira de um socialismo com democracia, socialismo com liberdade, diferenciando-se dos partidos de esquerda tradicionais da época, que não acreditavam que a democracia fosse um fim em si mesmo.
Na formação da Esquerda Democrática foram importantes lideranças, dentre outras: João Mangabeira, Hermes Lima, Domingos Velasco, Antônio Cândido, João da Costa Pimenta, Mário Apolinário dos Santos, Hélio Pellegrino, Roberto Gusmão, Bruno de Mendonça Lima, Rogê Ferreira e Cid Franco.

João Mangabeira
Sua atuação política foi marcada pela defesa do socialismo e suas ideias servem de inspiração para os socialistas até os dias atuais.
Em abril de 1946, em reunião realizada na sede da UNE, no Rio de Janeiro, a Esquerda Democrática transformou-se no Partido da Esquerda Democrática. Nesse mesmo ano, o partido lançou uma das ações mais importantes de sua história: “o petróleo é nosso”. A ação começou com o discurso de Hermes Lima, condenando o anteprojeto sobre a questão petrolífera apresentado pelo presidente Dutra.
Em 1947, o Partido da Esquerda Democrática decidiu transformar-se em Partido Socialista Brasileiro. Em 1950, o PSB apresentou a candidatura de João Mangabeira à Presidência da República.
Com a renúncia de Jânio Quadros e com a tentativa dos militares e dos setores conservadores de evitar a posse de João Goulart, o PSB ficou na linha de frente da defesa da legalidade. Durante o governo de João Goulart, tornaram-se lideranças socialistas nacionalmente respeitadas no Parlamento: Aurélio Viana, Barbosa Lima Sobrinho, Domingos Velasco, José Jofely, Jamil Haddad e Adalgiza Nery. No movimento estudantil, a maior liderança do PSB era Altino Dantas, na luta pela reforma agrária, Francisco Julião. João Mangabeira foi ministro de Minas e Energia, no gabinete do primeiro-ministro Brochado da Rocha, e ministro da Justiça, no gabinete de Hermes Lima.

Em 31 de março de 1964, houve o golpe militar, que resultou no exílio do presidente João Goulart no Uruguai e na tomada do poder pelos militares, levando à Presidência o general Castelo Branco. Com isso, deu-se o fim das liberdades democráticas e do Estado democrático de direito.
Em 1965, o Partido Socialista Brasileiro foi extinto pela ditadura militar. De 1965 a 1985 os socialistas atuaram dentro do MDB, nos movimentos de esquerda organizados na clandestinidade e nos movimentos populares, como as igrejas e as oposições sindicais.
Em 1985, foi feita a refundação do PSB, por meio de manifesto assinado por Evandro Lins e Silva, Jader Carvalho, Rubens Braga e Joel Silveira. O programa adotado foi o mesmo texto redigido por João Mangabeira, em 1947. A primeira comissão provisória foi presidida por Antônio Houaiss. O PSB estuda modificações no seu programa.

Em 1986, apesar de não ter ainda seu registro legal, o PSB conseguiu autorização do TSE para participar das eleições realizadas nesse ano, época em que o PSB realizou o seu primeiro Congresso Nacional, depois da refundação, elegendo Jamil Haddad como presidente e Roberto Amaral como secretário-geral.
Em 1990, Miguel Arraes ingressou no PSB, ano em que foi eleito deputado federal, ajudando o partido a consolidar sua bancada na Câmara dos Deputados.
Durante o governo Itamar Franco, em 1993, Jamil Haddad ocupou o Ministério da Saúde por nove meses, quando lutou pela universalização do serviço médico gratuito, pela implantação do SUS e pelo fortalecimento dos laboratórios públicos. Apresentou sua demissão por considerar que a política trabalhista do presidente Itamar Franco conflitava com o programa do PSB.
Em 1993, Arraes foi eleito presidente nacional do PSB, em Congresso Nacional, realizado em Maceió. No ano seguinte, pela terceira vez, foi eleito governador do Estado de Pernambuco.
Em 1996, o PSB foi o partido que obteve o maior crescimento político nas eleições municipais, tendo sido significativo o número de prefeituras conquistadas, sobretudo no Estado de Pernambuco.
Nas eleições gerais de 1998, o PSB elegeu 47 deputados estaduais, 18 federais, 2 governadores e 1 senador.
No pleito de 2000, o PSB elegeu 133 prefeitos, inclusive os das capitais de Maceió e Belo Horizonte. Elegeu mais de 400 vereadores.
Em 2002, o PSB lançou o governador do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, candidato à Presidência da República, recebendo uma considerável votação. O PSB conseguiu, graças à grande mobilização interna que foi feita, romper a cláusula de barreira.
Em 2003, com a posse de Luis Inácio Lula da Silva na Presidência da República, que foi apoiado pelo PSB no segundo turno, Roberto Amaral assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Em 2004, substituindo Roberto Amaral, assumiu o ministério da Ciência e Tecnologia o deputado federal Eduardo Campos, líder do PSB na Câmara Federal. Ainda em 2004 o PSB cresceu 30,8% em número de prefeitos eleitos e 3,5% de vereadores, comparando-se com o pleito de 2000. Substituiu Eduardo Campos no Ministério da Ciências e Tecnologia Sérgio Rezende.
Em 2012 o PSB elegeu no país 439 prefeitos e 3.550 vereadores.
Ao final de 2012, o PSB rompe com o governo Dilma Rousseff e lança o nome de Eduardo Campos como candidato a presidente da República pelo PSB e tendo como vice Marina Silva.
A candidatura de Eduardo Campos crescia muito durante o processo eleitoral, deixando o país esperançoso com a sua última frase dita ao final de sua última entrevista no Jornal Nacional, da Rede Globo de televisão: “Não vamos desistir do Brasil”. Após essa entrevista, em 13 de agosto de 2014, Eduardo viaja para São Paulo, mais especificamente ao Guarujá e morre tragicamente num pavoroso acidente aéreo. Com a morte de Campos, o Brasil entra em luto nacional e as eleições perdem substantivamente muito.

Mesmo com a tragédia, o PSB elegeu, em 2014, 32 deputados federais, 6 senadores, 3 governadores e 52 deputados estaduais, além dos 20 milhões de votos obtidos pelo partido na postulação à presidência da república.
Todos os socialistas esperam que tudo aquilo que Eduardo sonhava possa, num futuro muito próximo, transformar-se em realidade. Só a nossa postura correta, do ponto de vista político e partidário poderá transformar socialmente o destino deste país.
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Nós vamos juntar muito mais gente para fazer essa obra coletiva que é o Brasil voltar a acreditar no Brasil.
Eduardo Campos
O grande objetivo do PSB, hoje, é transformar-se em um partido efetivamente popular, com a consolidação das “Distritais”. Para tanto, o desafio é aperfeiçoar ainda mais sua forma de organização, criando as condições objetivas para realizar as transformações sociais que a sociedade brasileira exige para a construção de um Brasil mais justo e solidário; passar pela cláusula de barreira e tornar-nos um partido nacional.
Precisamos colocar a nossa militância nas ruas, por meio dela chegaremos à população e, juntos, construiremos uma cidade melhor para se viver.

A participação da mulher na história política do PSB
No Brasil, a mulher votou pela primeira vez em 1932 e, mesmo assim, apenas as mulheres casadas, com autorização dos maridos e algumas solteiras ou viúvas, com renda própria e acima de um determinado valor.
Só em 1946, as mulheres têm garantido o direito ao voto.
O PSB, só em 1960 elege sua primeira mulher, Adalgisa Nery, deputada da Assembleia Constituinte do Estado da Guanabara.